quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Emanuel Lasker

Emanuel Lasker




Na véspera do Natal de 1861, nasceu em Berlinchen, uma pequena cidade próxima a Berlim (Alemanha), um grande fenômeno do xadrez: Emmanuel Lasker. Cursou a universidade com brilhantismo, obtendo o título de doutor em matemática e filosofia, ciências essas que lecionou e cultivou com muito carinho por toda a vida. Era, fundamentalmente, um filósofo, de vasta cultura e grande inteligência, além de um jogador excepcional que reinou de forma indiscutível no mundo do xadrez por, acreditem, 27 anos consecutivos.
Iniciou-se nos tabuleiros aos doze anos de idade, junto com seu irmão maior Bertoldo, que era médico e excelente enxadrista. Desde cedo, demonstrou seu talento e a profundidade de suas concepções, as quais se baseavam nas teorias de Steinitz, pai do xadrez moderno e Campeão Mundial na época.
De 1889 a 1936, participou de 22 torneios, conquistando o primeiro lugar em 12 deles e o segundo em outros quatro. Dos 22 matches que disputou, com os maiores jogadores de seu tempo, ganhou 21 deles; em 12 não permitiu que seu adversário ganhasse uma única partida! Foi campeão mundial de 1894, quando tomou o título do próprio Wilhelm Steinitz (para o qual concedeu revanche dois anos depois), até 1921, quando perdeu o match para José Raúl Capablanca.
Mostrava sempre grande espírito de luta, fugindo sempre dos empates. Por isso, não era raro cair em posições inferiores. Todavia, era especialmente nessa hora que se agigantava, tornava-se mais perigoso, “qual pantera encurralada”, no dizer de Coria e Palau. Segundo Richard Reti, Lasker freqüentemente jogava mal intencionalmente, a fim de desequilibrar a partida, porque sabia que pelos rumos normais, pelas trilhas já conhecidas, o resultado seria o empate.
Sua obra literária mais conhecida é “O bom senso em xadrez”, escrita a partir de doze conferências que deu em Londres, no ano de 1895, para uma platéia de jogadores de xadrez.
Foi um dos pioneiros do xadrez psicológico, da luta entre duas vontades, duas personalidades. Assim, estudava as partidas, a forma de jogar, as forças e as fraquezas dos mestres que tinha de enfrentar, para explorar seus pontos fracos... E também para mexer com seus nervos, conduzindo o jogo para rumos que sabia não serem de seu agrado!
Nesse sentido, outra valiosa observação sua é que um dos segredos do xadrez é nunca fazer um lance puramente defensivo, porque a ameaça desconcerta mais que a própria concretização.
É famosa a passagem em que, jogando com um adversário que não suportava a fumaça de cigarros (e para o qual havia prometido não fumar durante a partida). Logo após cinco ou seis lances, ele tira um charuto do bolso e o leva à boca. O outro jogador chama imediatamente o árbitro, que calmamente observa:
– Ele não está fumando, porque o charuto continua apagado.
– É, mas ele está ameaçando acendê-lo!
Essa grande personalidade do mundo enxadrístico faleceu em Nova York, em 11 de janeiro de 1941, aos 79 anos.

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